A empresária brasiliense Alice Mesquita de Castro está inscrita no Simples desde 1996, ano em que o imposto entrou em vigor e quando ela abriu seu restaurante no Lago Sul. Hoje, tem 10 funcionários com carteira assinada. “Vejo duas grandes vantagens: pago menos impostos e a alíquota do INSS não incide sobre a folha de pagamentos”, explica. “Seria difícil o negócio sobreviver sem o Simples, pois a carga tributária seria muito grande. Além disso, ele reduz a burocracia, pois você paga todos os impostos de uma vez só”, ressalta.
A criação do Simples Nacional também serve de estímulo à ampliação de pequenos negócios já em atividade. Alice inaugura neste mês um segundo restaurante, também no Lago Sul. Serão abertos pelo menos oito empregos com carteira assinada. “Quando o limite de receita era de R$ 100 mil por mês (até o início do ano passado), era difícil, muitas vezes isso segurava o crescimento da empresa, caso contrário eu perderia direito ao Simples. Vivíamos fazendo conta. Com a ampliação do limite e com a Lei Geral, fica mais fácil investir e expandir os negócios”, garante Alice.
Para o consultor André Spínolla, do Sebrae, não é só a redução da carga tributária que incentiva a formalização de pequenas empresas. “É preciso mostrar ao empreendedor que ser formal é um bom negócio. Agora, com a Lei Geral, isso vai acontecer, pois o empresário terá incentivos para exportar e vender para prefeituras e governos, além de ter mais acesso ao crédito”, detalha o especialista. “Os pequenos ficarão mais competitivos.”
De acordo com dados do Sebrae, existem hoje em atividade no país cerca de 3 milhões de empresas formais, sendo 99% delas micro e pequenas. Dessas, 2,6 milhões estão inscritas no Simples. Há ainda 10 milhões de pequenos negócios funcionando à margem da lei. Cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feitos para o Sebrae mostram que, no primeiro ano de Lei Geral (2008, segundo a projeção), serão criadas 1 milhão de pequenos empreendimentos. Nos dois anos subseqüentes, serão mais 1,5 milhão por ano, totalizando 4 milhões nos primeiros três anos de vigência da nova legislação.
Chances
A psicóloga Renata Morais está entre os empreendedores que vêem no Simples a chance de tentar seu próprio negócio. Até o final do mês, inaugura uma loja de produtos naturais em um shopping às margens da EPTG. Ela fez um detalhado planejamento de longo prazo. “Aos poucos, pretendemos chegar a médio porte”, diz Renata. No início, serão contratados dois vendedores. “Mas minha expectativa é expandir depois de dois anos”, sonha. Com o Simples Nacional, Renata pagará um imposto de apenas 3%. “O Simples é fundamental. Mas o pequeno empresário ainda sofre com a burocracia. Minha inscrição estadual não saiu até hoje”, reclama. “Se não fosse um sonho, acho que teria desistido.”
A psicóloga Renata Morais está entre os empreendedores que vêem no Simples a chance de tentar seu próprio negócio. Até o final do mês, inaugura uma loja de produtos naturais em um shopping às margens da EPTG. Ela fez um detalhado planejamento de longo prazo. “Aos poucos, pretendemos chegar a médio porte”, diz Renata. No início, serão contratados dois vendedores. “Mas minha expectativa é expandir depois de dois anos”, sonha. Com o Simples Nacional, Renata pagará um imposto de apenas 3%. “O Simples é fundamental. Mas o pequeno empresário ainda sofre com a burocracia. Minha inscrição estadual não saiu até hoje”, reclama. “Se não fosse um sonho, acho que teria desistido.”
O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, também considera que o Simples Nacional ajudará a tirar empresas da informalidade. No entanto, acredita que os pequenos ainda continuarão sofrendo com a restrição de crédito. “O que mais atrapalha um pequeno negócio é o alto custo da captação de recursos. No comércio, o pequeno não tem condições de financiar seu próprio consumidor, como acontece com as grandes redes. É preciso reduzir os juros”, cobra o economista. No segmento de comércio, nove em cada 10 empresas são micro ou pequenas